Secção 7: | Perturbações mentais |
Capítulo 92: | Dependência e toxicomania |
Temas: | Alcoolismo - Dependência de narcóticos - Dependência de ansiolíticos e de hipnóticos - Dependência da marijuana - Dependência das anfetaminas - Dependência da cocaína - Dependência dos alucinogéneos - Dependência da fenciclidina - Dependência de solventes voláteis |
Dependência de ansiolíticos e de hipnóticosOs medicamentos que se prescrevem para tratar a ansiedade e como indutores do sono podem causar dependência tanto física como psicológica. Tais medicamentos incluem benzodiazepinas, barbitúricos, glutetimida, hidrato de cloral e meprobamato. Cada um funciona de um modo diferente e tem um potencial diverso de dependência e tolerância. O meprobamato, a glutetimida, o hidrato de cloral e os barbitúricos são prescritos com menos frequência do que no passado, principalmente porque as benzodiazepinas são mais seguras. Geralmente, as pessoas dependentes destes medicamentos começaram a tomá-los por razões médicas. Algumas vezes, o médico pode prescrever doses altas durante períodos longos para tratar um problema grave, o que pode provocar dependência. Noutras ocasiões, as pessoas podem utilizar mais medicação do que a que foi prescrita. Em qualquer caso, a dependência pode desenvolver-se ao fim de duas semanas de uso continuado.
Sintomas
A dependência dos hipnóticos e dos ansiolíticos diminui o estado de
alerta e determina uma expressão balbuciante, má coordenação, confusão e
respiração lenta. Estes medicamentos podem fazer com que uma pessoa
esteja alternadamente deprimida e ansiosa. Algumas pessoas experimentam
perda de memória, tomada de decisões erradas, momentos de perda de
atenção e alterações brutais do estado emocional. As pessoas de idade
avançada podem parecer dementes, podem falar devagar e ter dificuldade
em pensar e em compreender os outros. Podem ocorrer quedas que motivam
fracturas ósseas, especialmente da anca.Estes medicamentos provocam sonolência e tendem a encurtar a fase de sono com movimentos rápidos dos olhos (REM), que é aquela em que se sonha. (Ver secção 6, capítulo 64) A interferência com o sono pode tornar uma pessoa mais irritável no dia seguinte. Os padrões de sono podem ficar gravemente alterados nas pessoas que interrompem o medicamento depois de ter desenvolvido quer dependência quer tolerância. A pessoa pode ter então mais fase REM, sonhar mais e acordar mais frequentemente do que o normal. Este tipo de reacção de ricochete varia de pessoa para pessoa, mas em geral é mais grave e ocorre com maior frequência naqueles que consomem altas doses do medicamento e durante períodos mais longos antes da interrupção. A abstinência aguda de qualquer destes medicamentos pode produzir uma reacção grave, aterrorizante e potencialmente mortal, de um tipo parecido com a da abstinência alcoólica (delirium tremens). (Ver secção 7, capítulo 92) As reacções de abstinência graves são mais frequentes depois do uso de barbitúricos ou de glutetimida do que após as benzodiazepinas. A pessoa é hospitalizada durante o processo de abstinência devido à possibilidade de uma reacção grave.
Tratamento
Interromper uma reacção de abstinência grave é difícil, embora o
tratamento possa aliviá-la. Durante as primeiras 12 a 20 horas, a pessoa
pode estar nervosa, inquieta e enfraquecida. Podem tremer-lhe as mãos e
as pernas. No segundo dia, os tremores podem ser mais intensos e a
pessoa sente-se ainda mais débil. Durante o segundo e terceiro dias, a
maioria das pessoas que estava a tomar doses diárias que eram oito ou
mais vezes a prescrição habitual de barbitúricos ou de glutetimida sofre
convulsões graves que podem mesmo ser mortais. Ocasionalmente, pode
ocorrer um ataque convulsivo de uma a três semanas depois do início da
abstinência. Outros efeitos que a abstinência pode ocasionar são:
desidratação, delírio, insónia, confusão e alucinações visuais e
auditivas. Mesmo aplicando o melhor tratamento, uma pessoa pode demorar
um mês ou mais a sentir-se normal.A abstinência de barbitúricos é geralmente pior do que a benzodiazepina, embora ambas possam ser muito difíceis de tratar. A duração das reacções devidas à abstinência varia de um medicamento para outro. Frequentemente, os médicos tratam a abstinência voltando a administrar o medicamento causador numa dose inferior e diminuindo-a progressivamente ao longo de dias ou semanas.
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Otimo assunto muito bom um pouco pra nos
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