Uol

domingo, 25 de dezembro de 2011

Desenvolvendo auto estima – Dependencia Emocional


Nós nos tornamos invisíveis enquanto nossos filhos crescem e depois, quando eles se vão, não sabemos mais o que queremos. O que é mesmo que desejávamos? Ninguém nunca nos perguntou…”
(Francesca – personagem de Merril Streep no filme Pontes de Madison)

A necessidade de aprovação baseia-se  numa unica presunção:
“Não confie em si  proprio – primeiro confira as coisas com alguém”.
Nossa cultura é do tipo que reforça o comportamento da busca de aprovação como um padrão de vida. O pensamento independente não é apenas pouco convencional , é o ininmigo das proprias instituições que constituem o arcabouço de uma sociedade.Se vc cresceu nessa sociedade , foi contaminado por esse atributo.
“Não julgue por si proprio” é a essencia da necessidade de dependencia – e a espinha dorsal denossa cultura.Faça com que a opinião de outra pessoa seja mais importante do que a sua;depois, se não conseguira aprovaçao dos demais terá toda a razão para sentir-se deprimido, sem valor ou culpado,uma vez que os outros são mais importantes do que vc
A concessão de aprovação pode ser um grande manipulador. Seu valor se reside nos outros, e se eles recusam lidar sua aprovação, vc não tem nada. Não tem valor. E assim a coisa vai, quanto mais lisonja lhe é necessária, mais vc pode ser manipulado pelos outros. Quaisquer passos na  direção da auto aprovação e da independencia da boa opinião dos outros constitui movimentos no sentido oposto ao controle deles. Como resultado, esses sadios movimentos são tachados de egoistas, de desprezo e desconsideração pelos outros e assim por diante, do esforço para mante-lo dependente . Para entender esse circulo vicioso de manipulação , considere a profusão de mensagens culturais de busca de aprovação, que começaram  quando vc era pequeno e continuam a bombardeá-lo até hj.
Adquirimos sintomas de busca de aprovação provindos também de outras fontes que citaremos na aula, mas aqui diremos sobre a influencia da Igreja. “Você deve agradar a Jeová”, ou “Jesus”, ou “a alguém de fora de vc mesmo”. Os líderes da Igreja deturparam os ensinamentos dos grandes mestres religiosos e tentaram ensinar submissão,usando como  arma o medo do castigo. Assim , um homem comporta-se de acordo com a moral, não porque acredita que  esse é o comportamento que lhe é apropriado,mas porque  Deus  quer que ele se comporte assimSe estiver em duvida, consulte os mandamentos, em vez de consultar a si proprio e aquilo em que acredita .Comporte-se bem porque alguém lhe disse para fazer assim e porque será punido se não o fizer, não porquesabe que esse é o comportamento adequado para vc. A religião organizada apela para as suas necessidades de busca de aprovação. Talvez produza o mesmo comportamento que vc teria escolhido, mas vc não o escolheu livremente.
Usar a si proprio como guia e não precisar de aprovação de uma força exterior é a maior experiencia religiosa que se pode ter.É uma verdadeira religião do EU, aquela em que um individuo determina seu proprio comportamento com base em sua consciencia pessoal e nas leis culturais que para ele funcionam, em vez de faze-lo porque alguem ditou a maneira que ele deveria se comportar. Uma  observação cuidadosa da vida de Jesus Cristo irá revelar uma pessoa extremamente auto atualizada, um individuo que pregou a autoconfiança e que não teve medo de enfrentar desaprovação. E, no entanto, muitos de seus seguidores subverteram seus ensinamentos,transformando-os num catecismo de medo e autodesprezo
Somos a cada dia mais bombardeados com centenas de mensagens culturais que nos encorajam a buscara aprovação. As canções que ouvimos, diariamente, estão repletas de mensagens liricas de busca de aprovação, particularmente as ” populares” de muito sucesso nas tres ultimas decadas. Essas letras doces e inofensivas podem ser mais nocivas do que vc imagina. Aqui esta a pequena lista de titulos que enviam sinal de que alguém ou algo é mais importante do que vc.
Sem a aprovação desse alguém, o “Eu” desabaria:
- “Não posso viver, se a vida for sem vc”
- ” Vc me faz tão feliz”
- “Vc me faz sentir como uma verdadeira mulher”
- “Vc não é ninguém , até que alguém o ame”
- “Vc faz com que eu me sinta novo”
- Enquanto ele precisar de mim”
- “SE vc for embora…”
- “Vc é o sol da minha vida”
- “Ninguém pode me fazer feliz tanto quanto vc”
- ” Sem vc nada sou”
Talvez vc possa tentar um exercicio , da proxima vez que vc estiver ouvindo uma musica que transmite os comunicados de busca de aprovação. Procure versos que refletem a maneira como lhe ensinaram a sentir , isto é, que vc nada pode realizar se alguem o desaprova, ou decepciona. escreva outra vez as canções, de forma a corresponder a um estado de espírito de dominio pessoal, ao invés daquele que busca aprovação. Por exemplo:
- “Trato de me sentir como uma verdadeira mulher; isso nada tem a ver com vc”
- “Escolhi amar vc. Devo ter queriodo isso naquela ocasião, mas agora mudei de ideia”
- “Sou o sol da minha vida , e o fato de ter vc nela torna esse sol mais brilhante”.
É isso ai pessoal, quem quer mais , venha nos acompanhar na quarta- feira

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma Comunidade Terapêutica para Dependentes

Quando a família desconfia que o filho esteja usando drogas, normalmente já faz três ou quatro anos que ele vem consumindo-as.
| Colaboradores | Dependências |

Em Taquaritinga – SP, existe uma comunidade terapêutica que se ocupa de dependentes químicos masculinos. O desempenho do Horto de Deus – como é chamada a comunidade - pode mudar o conceito de muita gente sobre a eficácia desse tipo de tratamento para um diagnóstico tão sombrio para a psiquiatria.
Os psiquiatras clínicos sabem das enormes dificuldades no tratamento da Dependência Química, e esses acanhados resultados talvez sejam tão frustrantes devido à enorme quantidade de variáveis que contribuem, negativamente, para o assombrante insucesso do tratamento ambulatorial.
Sem dúvida, tanto para questões de alcoolismo, quanto da dependência da cocaína, conseqüência quase obrigatória do primeiro, uma das variáveis mais danosas é o apelo cultural para o consumo de bebida alcoólica. Notadamente para o jovem, tem sido quase depreciativo recusar tomar “uma cervejinha” com seus pares. O perigo da “inocente cervejinha” é que em seguida vem outra, outra e mais outra ... e assim por diante. Logo em seguida vem a vulnerabilidade ao uso da cocaína.
Talvez um perigo maior ainda, é que o dependente químico nunca se considera dependente de fato. Ele acha, e continuará achando a vida toda, que pode parar na primeira “cervejinha”. Assim, o absoluto afastamento do ambiente social onde o dependente sorve sua droga e seu álcool é imperiosamente indispensável. E não é questão de um mês ou coisa assim.
Outra variável comprometedora é a atitude de negação do problema pela família, que “não sabe de nada” até que a gritante evidência dos fatos remova essa espécie de cegueira familiar. Aí vem mais uma crença falsa; a convicção de que seu dependente é diferente de qualquer outro e superará a dependência consultando um psicoterapeuta uma vez por semana, saindo só aos sábado, praticando um esporte qualquer e mil outras alternativas completamente irrelevantes diante da magnitude do problema.
Motivados pelos resultados dessa comunidade terapêutica e acompanhando de perto esse trabalho, entrevistamos seu diretor de tratamento, sr. Léo de Oliveira, pessoa de grande e inestimável experiência nessa atividade.
Abaixo uma entrevista com o Sr. Léo de Oliveira, na coluna da esquerda, uma mensagem sobre seu trabalho. Finalmente, o depoimento sincero de um jovem egresso do Horto de Deus.
PsiqWebPrimeiramente, o sr. se refere ao usuário abusivo de substâncias ilícitas como Dependência, Vício, Compulsão ou outro nome?
Sr. Léo -  Dependência Química.
 PsiqWebO Sr. considera isso (Dependência Química ) uma doença, uma predisposição ou uma ocorrência circunstancial?
Sr. Léo - De acordo com a CID 10 é considerada uma doença. Na visão da maioria das comunidades terapêuticas, existe uma predisposição genética ao uso de substâncias psicoativas, predisposição esta em estado latente variando de indivíduo para indivíduo, alguns rapidamente apresentam o quadro, que chamo de despertar químico, é quando existe alteração nos receptores das células clamando pelas substâncias, tornando o jovem compulsivo. Em alguns o despertar químico é lento, levando até 10 anos de uso para acontecer o despertar, existindo também casos em que no usuário não acontece o despertar químico, tornando-se mais fácil abandonar o álcool e outras drogas. Já no usuário que acontece o despertar químico, dificilmente sairá do quadro sem um tratamento.
 PsiqWeb Quais atitudes que a família deve ter ao confirmar o uso de drogas?
Sr. Léo - Infelizmente quando a família começa a desconfiar que o filho esteja usando drogas já faz três ou quatro anos que ele vem consumindo sem que a família perceba, em outras palavras, a doença já se encontra instalada. A família deve encarar a realidade, sem pânico, sem sentimento de culpa, sem acusações mútuas, discutir o problema para que todos falem a mesma língua, buscar, o mais rápido possível, ajuda profissional e no caso de existirem médicos ou psicólogos na família, não tentar terapias com estes profissionais para evitar que o procedimento técnico seja misturado com o afeto familiar o que resultará, sem dúvida, no fracasso do tratamento.
PsiqWeb – A dependência química (álcool e/ou drogas) tem cura?
Sr. Léo – Não. Mas seu controle, uma vez que o problema está contido nos genes, requer abstinência para o resto da vida. Inclusive, existem casos de recaídas pós-cirurgia, onde a anestesia utilizou-se de opiciáceos e derivados, os quais podem ter ativado os sensores da memória biológica e em conseqüência a volta ao uso de drogas
PsiqWeb A internação é o único meio de garantir a abstinência necessária para o tratamento?
Sr. Léo -  A complexidade da dependência química e o sucesso de uma recuperação não dependem de profissionais especializados na área e, sim, única, exclusiva e indispensavelmente, da vontade do próprio paciente. Quando ele decididamente quiser, todos os tratamentos funcionam. Se as várias terapias conseguirem manter a continuidade e a qualidade da recuperação, evidentemente a persistência neste procedimento poderá levar a uma recuperação. Entretanto, se as recaídas forem freqüentes, num espaço semestral,  aí sim se faz necessário uma intervenção psiquiátrica e posteriormente uma internação em comunidade terapêutica, as quais normalmente adotam o método holístico da trindade humana: mente, corpo e espírito.
PsiqWeb Depois de um longo período de abstinência em regime de internação, o que a pessoa deve fazer para não invalidar o tratamento? E a família, que atitudes deve tomar durante e depois do tratamento do dependente?
Sr. Léo -  No caso específico da comunidade terapêutica Horto de Deus, existem algumas normas no pós-tratamento, exemplos: o ex-interno deverá passar Natal, Ano-Novo e Carnaval nas comemorações realizadas pela comunidade terapêutica; retornar, pelos menos, a cada dois meses, no mínimo,  um final de semana para solidificar os alicerces do tratamento.
No convívio com a sociedade, escola, trabalho, etc. deverão evitar situação de risco, festinhas, baladas, churrascos e outros, mesmo no ambiente familiar, uma vez que o álcool faz parte dos costumes e da cultura da família, inclusive em festas de criança. Isso tudo porque a dependência do álcool, seguramente, levará ao uso de drogas. Falando ainda da Família, é bom lembrar que para cada dependente existem, no mínimo, quatro co-dependentes e apenas 2 se tratam e dois permanecem doentes.
O dependente após o tratamento volta para casa cheio de sonhos, entretanto bastante inseguro, pois é um ser reaprendendo a viver em sociedade. A família deve dar continuidade nos grupos de apoio, a relação deve ser transparente, conversas francas e atitudes de continuidade do tratamento, sem cobranças do passado ou desconfianças infundadas sobre recaídas, o limite é a melhor resposta, o dependente é como um passarinho na mão, se apertar muito o mata sufocado, se abrir a mão, ele voa para longe de você.
PsiqWeb – Quais as possibilidades de sucesso no tratamento para dependência, se a pessoa insiste em achar que pode parar "na hora que quiser" e permanecer em sua casa e no mesmo ambiente social?
Sr. Léo -  Não existe possibilidade de sucesso quando o dependente químico se recusa a aceitar a dependência química como doença. Deve ser conscientizado que está com problemas, que necessita de ajuda e que a família não pode tolerar a situação incômoda para ambos. De comum acordo os familiares devem impor regras rígidas para que ele permaneça no ambiente familiar, punir toda vez que fizer uso da substância, tais como: cortar mesada, viagens, tirar o carro, punições que levem a uma reflexão de que não vale a pena usar drogas.
PsiqWeb – Quais são os indícios de que algum familiar pode estar usando drogas?
Sr.Léo -  Mudança brusca de comportamento: Introspecção, isolamento, linguajar chulo, troca do dia pela noite, emagrecimento, pensamentos confusos, falta de motivação para concluir qualquer projeto iniciado (trabalho, estudo, etc.), mentira, arrogância, manipulação, culpar outras pessoas pelos seus problemas, baixa auto estima, mudança de grupos de amigos (o dependente só tem afinidade com quem também usa drogas), agressividade com palavras, imediatismo e baixíssima resistência a frustrações. Estes são os principais indícios.
PsiqWeb – Quais são as dificuldades para o tratamento?
Sr. Léo -  Em primeiro lugar é o posicionamento da família, pois desconhecendo a importância do problema, ignorando existir uma doença progressiva, pensa que o seu familiar é diferente dos demais usuários de drogas existentes no planeta e fica protelando uma tomada de decisão firme para induzir o dependente químico ao tratamento, ou ainda, fazem como avestruz, enfiam a cabeça num buraco para não ver o problema.
O dependente por sua vez está completamente apaixonado pela droga, como convencê-lo de que está doente se ele retira um enorme prazer das substâncias psicoativas ou mesmo do álcool?
Por isto o tratamento deve sempre começar pela família, recebendo orientação de forma correta sobre co-dependência, rompendo com isto uma simbiose (organismos dessemelhantes com comportamentos semelhantes). Quando a família unida diz “não” ao uso de álcool e outras drogas com convicção que não tolerará este tipo de comportamento em casa, é neste momento que o dependente químico começa a pensar em se tratar.
PsiqWeb – Quanto tempo de abstinência é necessário para se falar em cura? Ou devemos falar em controle?
Sr. Léo -  Não devemos falar em cura porque ela não existe. Um simples copo de cerveja, uma dose de uísque, uma caipirinha pode fazer com que o vulcão químico adormecido entre em erupção e coloque tudo a perder. Somente os anos de total abstinência faz com que o dependente não sinta mais a necessidade do uso. Dentro da minha experiência de quase três décadas, tratando dependentes químicos, este tempo de normalização da expectativa química, gira em torno de sete a oito anos. Ao atingir oito anos de abstinência é mais difícil ter uma recaída, entretanto não é impossível, pois o dependente químico deve policiar suas emoções pelo resto de sua existência.
PsiqWebO que o sr. aconselha para as pessoas visivelmente dependentes, mas que insistem em dizer que não o são e, principalmente, que dizem "poder parar quando querem".
Sr. Léo - É uma característica da dependência química  a não aceitação da doença por parte do usuário, a família com regras muito claras deve exigir que ele pare, que tente provar que para quando quer, assumindo um compromisso que se não conseguir parar, aceitará um tratamento, o máximo que ele vai conseguir é 60 dias sem uso, vindo a recaída a família deve exigir o tratamento.
PsiqWeb - Quando o dependente não aceita a necessidade de tratamento e insiste em não se tratar, o que o sr. aconselha para a família
Sr. Léo - É regra o dependente não aceitar o tratamento, mesmo quando nos momentos de lucidez, de forma sutil, ele pensa em parar de usar, mas forças químicas poderosas no seu organismo impedem o avanço em direção a um tratamento. A maior autoridade de uma família são os pais e às vezes se faz necessário representar o papel de padrasto e madrasta para chacoalhar um organismo intoxicado e um espírito prisioneiro das sensações provocadas pelo consumo.
Quando o dependente ultrapassa todos os limites toleráveis, colocando em risco a sua própria vida ou a vida de terceiros ou ainda, colocando a família em situações ridículas não resta alternativa senão a internação compulsória para tirá-lo do quadro perigoso que se encontra e tentar convencê-lo a aderir a um tratamento mais adequado.
http://www.hortodedeus.org.br/
drogastratamento@hortodedeus.org.br  
Telefones: (16) 3252-2433 / 3252-9116

Um depoimento de dependente químico egresso do Horto de DeusPara muitas pessoas a minha história é só mais um “clichê”, para mim é a minha vida.
Meu nome não importa e minha idade é de 30 anos. Durante mais ou menos 13 anos percorri um caminho que eu achava sem volta. O caminho da ilusão das drogas.
Como sempre e, acredito que para sempre, minha vida será cheia de dúvidas. Mas hoje minhas dúvidas não são sobre o que fazer, no que acreditar, minhas dúvidas são como posso fazer sempre o melhor, o mais correto independente do que seja.
Do álcool à cocaína perdi tudo que eu mais valorizava na vida. Minha família, meus amigos, minhas namoradas, meus poucos empregos meus estudos. De forma lenta e trágica as drogas e meu comportamento foram minando o caminho que eu estava cruzando.
Todos os meus valores, ainda não muito bem formados aos 17 anos se distorceram e me transformaram naquilo que hoje eu mais desprezo.
Sempre acreditei que para “me dar bem” na vida era preciso viver intensamente o dia de hoje e o amanhã era só amanhã.
Claro que eu estava errado! É preciso ter planos e sonhos que se pode alcançar, é preciso estar bem hoje para estar melhor amanhã. É preciso disciplina, ou seja, cumprir uma meta na mais perfeita ordem.
Preso a matéria conquistei amizades imundas que me ofereceram respeito através do medo. Tanto minha família tinha medo do que eu era capaz de fazer com eles, como meus “amigos” me respeitavam “medonhamente”. Mas o que me importava era ter e não ser.
Quanto chegou o meu “fundo do poço” (cada dependente químico tem o seu) que para mim foi ter perdido o controle da minha vida procurei ajuda das pessoas que eu menos merecia apoio, pelas mágoas que causei: da minha família.
Foi aí então que eu conheci a comunidade terapêutica, o Horto de Deus em Taquaritinga.
No começo não queria ir como 90% dos internos. O motivo das internações no início do tratamento, nunca é para nós mesmos, e sim por causa da família. Falei no início porque com o passar do tempo percebi que se não fizesse por mim mesmos isso não funcionaria. Já é muito difícil fazer por nós mesmos, pelos outros é impossível!
Lá no Horto aprendi que o maior problema do dependente químico é a distorção do caráter. Isso envolve todos os nossos valores, tanto materiais como espirituais.
O tratamento me ensinou que para crescer é preciso mudança para um novo estilo de vida: o da sobriedade. Os quatro pilares que hoje pratico para me sustentar nesta luta são: a Conscientização da Doença, a Laborterapia (amor ao trabalho), a Disciplina e a Espiritualidade.
Foram oito meses praticando a mudança (que não posso parar jamais) e descobrindo o caminho para me manter sóbrio. Claro que ainda tenho muita dificuldade, mas hoje eu sei para qual direção devo seguir, sei o que devo fazer ou o que não devo fazer.
Muitas dores me acompanharam durante esse tempo. De todas, a pior foi o arrependimento. Não o arrependimento de ter me internado, mas das coisas que fiz ou das que deixei de fazer. O tempo e a espiritualidade me ensinaram e me ajudaram a superar. Percebi que minha realidade era irreal, meus valores eram falsos e que tinha perdido o controle da minha vida, principalmente, o que hoje é para mim o mais importante: minha Dignidade.
Hoje, há quase nove meses “limpo” sei o verdadeiro valor dos meus sentimentos, sei que minha felicidade não cabe dentro de um copo ou de uma carreira de cocaína. Sei que as pessoas podem mudar, sei que eu posso ser uma pessoa melhor comigo mesmo e com as pessoas que mais amo.
Minha vida começa agora. Meu futuro está sendo transformado por mim e por Deus, pois, Deus quer e ajuda, mas é preciso ação da nossa parte. É preciso PRATICAR A MUDANÇA todos os dias!
É incrível, a sobriedade está sendo a maior loucura que estou fazendo na minha vida. E se eu pudesse daria um pouco dela para você usuário. Sei que minha luta está começando agora, sei que é difícil, mas não impossível. Estar sóbrio não é simplesmente “tampar a garrafa e apagar o baseado”, mas sim mudança de comportamento, atitude, valores, é corrigir os defeitos de caráter.
Procure ajuda das pessoas que te amam de verdade, confie em Deus e principalmente, confie em VOCÊ. Uma frase muito usada na comunidade é: “Se eu consigo você também consegue!”.

Problemas não são obstáculos, mas oportunidades ímpares de superação e evolução.”

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


A DROGA NÃO LIBERTA, ESCRAVIZA
I - INTRODUÇÃO
O uso de entorpecentes constitui um grande problema atual que preocupa pais, professores, médicos e autoridades, pelos terríveis maléficios que causam ao indivíduo, à família e à sociedade.
Como a droga leva, geralmente, ao vício e à dependência, o seu consumo é compulsório, independentemente da situação de cada um. Quem tem recursos adquire-a e quem não tem rouba para adquirí-la. A droga é adquirida e consumida a qualquer custo.
O problema se agrava com a necessidade premente que o dependente sente, porque possibilita um comércio rendoso e clandestino, que se impõe à força, de forma abusiva e prepotente. Quadrilhas organizadas e armadas, sem qualquer escrúpulo e sem o menor respeito à vida, aos poderes constituídos, às leis vigentes, cultivam plantas entorpecentes, preparam e refinam drogas e distribuem para os postos de venda instalados em vários países consumidores.
Tudo isto que está ocorrendo no mundo inteiro é fruto do materialismo grosseiro, impiedoso, escravizante e destruidor, insistentemente combatido por Allan Kardec em suas obras, por ser o verdadeiro ópio do povo. O materialismo enfraquece a vontade, oblitera a mente e conspurca os sentimentos da criatura humana, alienando-a da realidade da existência.
Os gozadores movimentam e sofisticam os seus instintos para melhor aproveitamento de tudo aquilo que o mundo oferece. E muitos não contentes com o que têm e não conseguindo alcaar o paraíso terrestres, em virtude dos inúmeros problemas naturais decorrentes da própria existência, buscam o reino fantástico através da imaginação distorcida.
Aqui, apresentamos também o enfoque espírita, mostrando em todos eles, as desvantagens do uso de drogas pelo desconforto que causam ao organismo e à mente, com consequências indesejáveis. No enfoque espírita damos um novo conceito de vida, mostrando suas grandes perspectivas, com a sua valorização no presente. A vida é o maior bem e temos que preservá-lo.
Natalino D'Olivo

sábado, 26 de novembro de 2011

Dependência psicológica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Síndrome de dependência
Star of life caution.svg Aviso médico
Classificação e recursos externos
Au Moulin de la Galette.jpg
Precisar fumar sempre que está se sentindo ansioso é um exemplo de dependência psicológica.[1]
CID-10 No caso de drogas: (F1X.2)
A dependência psicológica se relaciona com a necessidade de usar determinado comportamento, frequentemente uma droga, para superar uma sensação de mal estar e diminuir a ansiedade. Quanto mais frequente esse comportamento, mais grave a dependência. Pode ocorrer independentemente da dependência física e é mais difícil de tratar que esta, sendo uma das principais causas de recaídas.

Índice

 [esconder

[editar] Características

Qualquer estímulo prazeroso pode se tornar um vício, sendo que cada vez que uma pessoa obtém esse estímulo (chamado de reforço positivo) mais condicionada ela fica, ou seja, mais provável se torna que ela volte a utilizá-lo novamente diante do estímulo desencadeador desse comportamento (geralmente ansiedade). Pessoas com baixa tolerância a frustração são as mais vulneráveis a dependências. Em muitos casos, a dependência psicológica se dá em pessoas com baixa auto-estima ou motivação, e acompanha a dependência física.
A dependência psicológica é influenciada pelos seus efeitos positivos desencadeados pelo estímulo, pela companhia do uso (sozinho, com amigos, com desconhecidos), pelo ambiente, pela subcultura local e pelos estados emocionais no momento do uso.

[editar] Sinais e sintomas


Existem muitas similaridades entre o vício em jogo, em sexo, comida ou em musculação e o vício em drogas. Muitos sintomas são os mesmos e o tratamento também é bastante voltado pro desenvolvimento de tolerância a frustrações e auto-controle.
Os sintomas mais comuns:
  • Muita ansiedade;
  • Sensação de vazio;
  • Dificuldade de concentração;
  • Desejo constante e persistente pela fonte do vício;
  • Problemas de sono (dormir muito mais, acordar várias vezes ou ter insônia);
  • Alteração bem significativa na alimentação (comer muito mais ou muito menos);
  • Inquietude;
  • Mal humor;
  • Irritabilidade e impaciência;
  • E agressividade (voltada a outros e/ou a si mesmo).
É difícil diferenciar quais são sintomas de dependência química e quais são de dependência psicológica pois frequentemente elas ocorrem juntas. Porém, mesmo em vícios a estímulos que não causam dependência química (como jogos), esse sinais e sintomas são comuns.

[editar] Comorbidades comuns

A dependência psicológica se relaciona bastante como comorbidade de algumas patologias como:

[editar] Recaídas

Sem a presença do estímulo, caso a pessoa não tenha estrutura psicológica para tolerar frustrações e lidar com sensações desagradáveis é altamente provável (mais de 80% dos casos) que ela entre em depressão e eventualmente retorne ao vício. Isso é ainda mais marcante no vício a drogas psicotrópicas (inclusive álcool e cigarro).[2]

[editar] Tratamento

Star of life caution.svg

domingo, 20 de novembro de 2011

Dependência afetiva

Dependência afetiva
Quem nunca ouviu uma dessas frases?
“Tem gente que é só feliz quando o outro está por perto” ou “ a pessoa cada vez mais precisa da outra e vira um vicio e a outra pessoa sentindo que esta numa prisão”; “é ruim para os dois quando acontece isso”.
Ou seja, ela DEPENDE de algo (o amor) de alguém pra ser feliz, não consegue sequer conceber a felicidade longe do seu objeto de adoração.
Parece que “falta o chão” quando ele (ou ela) não está por perto. Essa dependência, não se resume aos casais apaixonados de namorados, mas também atinge o círculo familiar, amigos, etc. e quem depende raramente consegue ser feliz, uma vez que não consegue se libertar desse “vício”.
Chamo a isso de vício, porque tal dependência assume várias vezes o caráter de “muleta afetiva”. Sem a muleta, toma-se um tombo atrás do outro.
Isso se dá porque algumas pessoas fazem de outras o centro de suas atenções, e quando ausente não tem a quem entregar-se.
Para quem é dependente:
Mas que tal se você desse essa atenção a si mesmo (a)?
Partindo do princípio que só conseguimos amar se nos amamos, podemos deduzir que dependência não é amor, é egoísmo!
Lamento informar mas sacrifícios não seguram ninguém ao lado de outras pessoas quando estas não querem ficar. Não adianta jogar pro alto uma carreira, estudos família, etc., se o parceiro não tiver que ir embora irá, porque muitas vezes o relacionamento pesado também é um sacrifício do qual ele quer se livrar.
No entanto certos sacrifícios são normais no começo da relação, porém a medida que o tempo passa, e o casal vai se conhecendo melhor, a tendência é se sentirem mais seguros em relação ao outro.
O motivo: Medo da solidão
Sabemos que ninguém consegue viver sozinho(a) em nenhum âmbito da vida. Por esse motivo algumas pessoas quando se relacionam se tornam automaticamente dependentes afetivos do outro, e transferem a responsabilidade de sua felicidade para o outro.
Liberdade
No entanto, a única forma de se livrar da dependência afetiva é melhorar sua auto-estima. Mas vamos separar bem as coisas: Existem casos de Amor Patológico onde é necessário fazer tratamento terapêuticos.
Sim, isso parece fácil de falar e já virou chavão. A questão é COMO FAZER?
A única forma de se libertar dessa dependência afetiva é melhorar a auto-estima. Você deve SE AMAR, antes de amar qualquer outra pessoa. Valorizar-se.
Egoísmo? Não. Egoísmo é amar somente a você, mais ninguém, e não é bem isso que estamos tratando. Estamos falando de valorizar seu passe; o que significa gostar mais de si mesmo, aceitar suas qualidades com humildade e seus defeitos com naturalidade; não se cobrar em demasia, afinal nossa vida é um aprendizado e não há obstáculo que não possa ser removido: aquilo que você acha que é defeito hoje, poderá ser qualidade amanhã.
Portanto aceite-se como você é. Não mude pra agradar as pessoas, mude de pessoas. Seja alegre, e a vida o cercará de pessoas alegres; dê amor e a vida o cercará de pessoas amorosas; cultive a bondade a vida o cercará de pessoas boas.
Ta bom, eu sei que isso é difícil. Vamos passar da teoria à pratica, ok?
Vamos lá!
© Não deixe em HIPÓTESE ALGUMA que sua mente seja dominada por pensamentos deprimentes. Isso exige treino.
© Ouça músicas que te lembrem apenas coisas boas.
© Afaste-se DE UMA VEZ POR TODAS das pessoas negativas.
© Jogue fora suas roupas velhas, rasgadas e rotas. Use coisas novas, limpas e bonitas.
© Mude alguma coisinha na sua aparência (pra melhor).
© Preste atenção em seus gestos. Aja sempre com calma, fale baixo e evite cenas de estresses (comumente chamadas de “barracos”).

Para quem tem dependentes afetivos:
Quando se ama é natural querer a pessoa sempre por perto, afinal o amor é uma maravilhosa troca. O que deixa de ser normal é quando essa pessoa começa a viver em função de ti.
É preciso convencê-las que pra dar amor não é necessário (nem salutar) ficar grudado 24 horas por dia; que mesmo juntas as pessoas continuam a tocar suas vidas. Estar presente na vida de alguém não significa ficar grudado como adesivo, mas fazer sua presença ser notada MESMO À DISTÂNCIA.
Essa é a sua “missão”. Fazer a pessoinha entender isso. Mas como?
© Faça o possível pra não discutir.
© Faça com que a pessoa entenda que você tem obrigações a cumprir, e que tais obrigações não podem ser adiadas.
© Nunca aceite chantagem emocional; nem cobrança exagerada. Se a pessoa estiver desequilibrada, oriente-a buscar ajuda terapêutica, familiar ou religiosa.
© Não deixe a pessoa mal acostumada, ou seja jamais deixe de cumprir uma obrigação pra fazer as vontades do seu amor.
© Faça com que ela enxergue a própria vida. Incentive a pessoa a estudar, trabalhar, ocupar a mente de alguma forma, ou pelo menos se dedicar um pouco mais às suas atividades.
© Não se sinta culpado por não corresponder aos anseios desequilibrados da outra pessoa.
© E não esqueça: que você deve se amar antes de mais nada: se o relacionamento ficar insustentável, termine! Não seja escravo de ninguém.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fala-se muito da dependência física causada pela nicotina, substância psicoativa, estimulante do Sistema Nervoso Central. A dependência psicológica é menos citada, porém atua com bastante força e de forma bem complexa. Requer um olhar atento para que se possa entendê-la.
A seguir, faremos uma descrição da dependência psicológica, formas de reconhecê-la e formas de abordá-la.
A grande maioria dos fumantes experimenta o cigarro na adolescência ou seja numa época de transição em que é comum sentir-se inseguro, ter medo, estar ansioso, querer pertencer a um grupo, querer imitar os amigos, sentir-se feio... Apesar do fumante, na maioria das vezes, sentir-se mal na primeira tentativa, ele insiste em “aprender” a fumar, por achar que valerá a pena, isto é, haverá um ganho com esse comportamento. Através dele, poderá integrar-se ao grupo de amigos, parecer mais velho, ter status frente aos pares... Muitos fumantes afirmam que insistiram por achar que fumar era “bonito”.
Essa expectativa muito positiva quanto ao cigarro, (criada principalmente pela propaganda, cinema e mídia durante anos) é aceita sem questionamentos . O cigarro parece ser vivido, não conscientemente, como um grande ajudante para lidar com os sentimentos desagradáveis próprios da adolescência, dando sensação de bem-estar. Graças a suas propriedades psicoativas, o cigarro é capaz de provocar sensação prazerosa, estimulante e ansiolítica, e desta forma aplacar o mal-estar característico deste período, sem dar chance ao indivíduo de enfrentar essas situações com seus próprios recursos, aprender e se desenvolver com elas. No fumante que inicia mais tarde, o processo basicamente é o mesmo. Em qualquer período da vida podemos passar por situações difíceis de lidar.
O cigarro passa a fazer parte da vida do fumante e torna-se um meio de enfrentá-la. Podemos dizer que, no fumante adolescente, sua personalidade estrutura-se com o auxílio do cigarro. Ele entende que só pode enfrentar a vida com o cigarro ao seu lado, não acreditando que seja capaz sem ele. De fato, o cigarro foi útil num momento de fragilidade, porém com o tempo estabeleceu-se a dependência física e psicológica. O fumante fica preso à armadilha. Ele sofre sem o cigarro, não se conhece mais sem ele, não sabe mais distinguir que características são suas e quais as provocadas pelo uso do cigarro.
É muito comum o fumante referir-se ao cigarro usando os termos “amigo”, “companheiro”, “parceiro”... , mostrando que o cigarro participa de sua vida como muito presente e atuante. Poderíamos dizer que são cúmplices. Muitos fumantes quando pensam em parar de fumar sentem-se muito tristes por ter que dizer adeus ao cigarro. Muitos choram como se estivessem perdendo um ente querido. O cigarro acaba sendo investido de atributos humanos para aplacar sua solidão, seus sentimentos, suas dificuldades... Muitas de suas capacidades estão depositadas no cigarro, achando que só poderá realizar tal atividade devido a ele. Na verdade a capacidade é da pessoa , mas por não saber que a detém, a atribui ao cigarro. Desta forma o fumante acredita que só pode escrever se fumar, criar se fumar, ter uma atividade mental se fumar, relacionar-se com os outros se fumar...(ver artigo sobre condicionamentos).


Crenças negativas também podem existir em relação ao cigarro. O fumante pode acreditar por exemplo que se parar de fumar será melhor aceito no seu meio de trabalho, não será mais discriminado, que o cigarro é o responsável por todos os seus males... neste caso serve de “bode expiatório” para explicar todos os seus fracassos. Se o cigarro é o responsável, o indivíduo não precisa se deparar com suas dificuldades!
O termo “fissura” é usado para descrever o mal-estar e a vontade intensa de fumar. Passadas as primeiras semanas, a “fissura” á atribuída à dependência psicológica. (INCA, 1997) . Trata-se da lembrança da sensação de prazer provocada pelo cigarro e das associações feitas nos momentos de dificuldades. Por exemplo, após uma situação de nervosismo ou dificuldade, o “quase ex-fumante” pensa em acender um cigarro para se acalmar, relaxar... O fumante sabe que se acender um cigarro irá sentir um efeito positivo e esse fato o faz procurar o cigarro novamente. A muleta que o cigarro representa para enfrentar situações difíceis é lembrada sempre que o fumante se depara com elas.
A dependência psicológica precisa ser tratada tanto quanto a dependência física. Faz-se necessário um acompanhamento psicoterápico em grupo ou individual para ajudar o fumante a tomar consciência da situação, perceber o que o cigarro representa na sua vida e que lugar ocupa, no intuito de ajudá-lo a perceber que o cigarro é somente um cigarro e que provavelmente é atribuído a ele muitos aspectos seus.
 Fonte  http://saude.hsw.uol.com.br/dependencia-psicologica-cigarro.htm