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terça-feira, 16 de abril de 2013

DEPENDÊNCIA QUÍMICA


DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PROBLEMA BIOLÓGICO, PSICOLÓGICO OU SOCIAL? Mota LA. São Paulo: Paulus; 2007. 84 pp. (Coleção Questões Fundamentais da Saúde, 12).
ISBN: 978-85-349-27
O consumo de substâncias psicoativas é uma característica comum a populações da maioria dos países, inclusive a do Brasil, sendo o tabaco e o álcool as mais utilizadas. Muitas variáveis (ambientais, biológicas, psicológicas e sociais) atuam simultaneamente para influenciar a tendência de qualquer pessoa vir a usar drogas e isto se deve à interação entre o agente (a droga),o sujeito (o indivíduo e a sociedade) e o meio (os contextos sócio-econômico e cultural).
Existe no mundo extensa produção bibliográfica sobre questões relacionadas às drogas (psicológicas, sociais, educacionais, políticas, sanitárias, econômicas e religiosas), popularmente conhecidas como drogas lícitas e ilícitas. A partir do século XX, essas publicações se intensificaram. Várias foram as razões para isso. O avanço científico e tecnológico, o conhecimento armazenado, a gama de tratamentos existentes, o envolvimento de muitas áreas do conhecimento com essa temática, a alta prevalência de pessoas envolvidas (portadores de dependência, narcotraficantes, crianças, adolescentes, adultos ou idosos). As reflexões sobre essas questões ocupam grande parte da atenção dos estudiosos. Embora esses estudos representem boa bagagem na produção de conhecimento, ainda se fazem necessárias mais pesquisas para a melhor compreensão da complicada relação entre as drogas e o homem. Ainda que tenhamos uma significativa produção intelectual sobre substâncias psicoativas, somos um tanto acanhados na compreensão deste fenômeno, que muito bem é articulado na obra de Leonardo de Araújo e Mota.
Parafraseando Conte 1, pergunta-se: qual o campo em que se situam as drogas? A resposta é muito variada e heterogênea, tanto pelas disciplinas e ciências que se ocupam da área das substâncias psicoativas em relação ao uso de drogas, bem como pelos diferentes lugares que a droga ocupa na vida física, psíquica, legal e social do usuário e da comunidade. O uso de drogas situa-se em uma encruzilhada temática. O fenômeno diz respeito ao campo sociológico, médico, psicológico, jurídico, etimológico, psicanalítico, educacional, familiar e o religioso. Na pluralidade das interfaces desses campos é que o fenômeno da droga se situa. Sendo assim, cada lócus desse campo questiona e toma para si esse fenômeno em nome de alguma verdade que postula, oferecendo as mais diversas soluções 2. É com essa perspectiva em vista que o autor desenvolve seu trabalho, "Dependência Química: Problema Biológico, Psicológico ou Social?".
Mota é graduado em Ciências Sociais, professor universitário e doutorando em sociologia (Universidade Federal do Ceará); procura fomentar a discussão sobre a origem do problema das drogas em relação ao homem. Trata-se de um livro que "fala as questões das drogas e não a questão das drogas". Nesse sentido, estimula a reflexão para a causa (etiologia) do uso de substâncias psicoativas tanto para os profissionais da área da saúde, educação, segurança, ciências sociais quanto para o mundo acadêmico e outros que se interessem por esta temática.
Mota critica em seu livro o reducionismo de muitas teorias que tentam ditar suas "verdades" sobre a etiologia da relação entre o uso de drogas e o homem. Escreve o autor, "entre os saberes psicológicos não existe uma teoria geral das dependências" (p. 29). É preocupação constante a questão da "eugenia ou da higienização social" que utilizaria as drogas para desencadear uma nova corrida às tendências de produzir um cenário à seleção artificial dos indivíduos mais aptos. O autor aponta que o uso de drogas vem como uma panacéia, ou seja, o remédio para todos os males. A proposta do livro é justamente uma investigação sobre a etiologia das drogas. O autor elege a dimensão do modelo biopsicossocial o mais apropriado para esse fim, e argumenta que é necessário um tratamento interdisciplinar para a investigação desse fenômeno que é ao mesmo tempo biológico, psicológico e social, como lócus para compreender "as questões das drogas versus o homem".
Para poder tecer seus argumentos, Mota divide sua obra, além da introdução e conclusão, em cinco capítulos. O primeiro define o que é droga e traça uma breve revisão do termo. O segundo versa sobre a biologia das drogas da eugenia às neurociências, traz à tona as concepções teóricas sobre a etiologia de causa e as ciências biológicas, passando por Comte, Darwin, Lombroso e pelas teorias genéticas. O terceiro descreve a questão do uso de substâncias psicoativas e a psicologia: entre o prazer, o condicionamento e a angústia, de maneira a abordar os modelos psicanalítico e comportamental, citando a influência da família, da personalidade e do aprendizado social. Freud refere que o uso de drogas estaria a cargo pela luta por felicidade e como amortecedor de preocupações. Recentemente, os psicanalistas referem que o uso de substâncias psicoativas seria um sintoma da patologia social. Para a psicanálise as forças psíquicas são iguais em todos, mas cada indivíduo elabora seu sofrimento de forma distinta, portanto, a dependência de drogas seria apenas um dos recursos dentre outros disponíveis. O quarto capítulo oferece uma reflexão sobre a sociedade e o problema das drogas no contexto social contemporâneo. Centra-se nos fatores sociais de risco que favorecem o uso de substâncias psicoativas. Traz à baila Engels, Durkheim e Merton para discorrer sobre a etiologia do uso de drogas. No último capítulo, o autor aborda questões centrais do modelo biopsicossocial da dependência e coloca-o como uma síntese necessária para tal explicação. Descreve o fenômeno como complexo para se ater aos reducionismos teóricos, pois cada teoria tende a se intitular detentora de repostas.
A conclusão final é que paradoxalmente ao que tem mostrado a história, a etiologia da dependência química é tarefa impossível de se realizar, e precisará ainda ocupar muitas mentes e esforços. Praticamente nenhum cientista ou teoria chegou a uma conclusão definitiva sobre essa questão, visto que as ciências são intrinsecamente transitórias e que nenhuma instância acadêmica isoladamente é capaz de fornecer uma teoria ou resposta consistente sobre as causas do uso e abuso de substâncias psicoativas.
Embora os problemas do uso de drogas sejam considerados como uma (re)emergência na sociedade, não se pode deixar de ressaltar a importância de se realizar discussões com serenidade e comprometimento, não levando a construções anômalas, sem fundamentação alguma, não sendo possível pensar e abordar o tema em sua complexidade com reducionismos e preconceitos, apenas no campo conceitual teórico, puramente homogêneo e desarticulado.
Nesse sentido é imperativa e útil a visão de uma perspectiva de interdisciplinaridade ou a transdisciplinaridade, que permita conhecer o tema de forma mais ampla, pois a conjugação de esforços e abrangência de cada área possibilita por meio de pressupostos compartilhados uma visão sistêmica do fenômeno "drogas". Isso tudo desvela a dimensão deste entrecruzamento epidemiológico que é o processo saúde-doença. O problema das drogas supera as questões simplesmente médicas, alimentando novas questões e problemas a ele relacionados, como por exemplo, a violência, a corrupção, a instabilidade política, o crime organizado, a lavagem de dinheiro, o favorecimento da propagação de AIDS e hepatites, entre outras. O produto "droga" encontra-se entre as três atividades mais lucrativas do mundo, superando o petróleo e o mercado das armas. Além disso, forma uma rede direta e indireta com um dos maiores empregadores de pessoas na produção, no consumo e na distribuição de substâncias psicoativas. Essa atividade agrega valor à sua existência, o que em muitas vezes explica a reduzida eficiência e eficácia de explicações, consolidando como poderosa economia ilegal.
De forma geral, encontram-se nessa obra argumentos consistentes para fundamentar as questões das drogas e talvez por isso se torne referência para os interessados no estudo deste fenômeno. O paradoxo da droga é que ele ao mesmo tempo traz alivio, alegria diversão, poder, sedução, produz dor, sofrimento, desagregação, escraviza e mata.

1. Conte M. Psicanálise e redução de danos: articulações possíveis. Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre 2004; (25):23-33.        [ Links ]
2. Le Poulichet S. Toxicomanias y psicoanalisis: las narcoses del deseo. Buenos Aires: Amorrortu Editores; 1990.        [ Links ]
 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2008000300027

>> Para Refletir A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública E-mail Imprimir PDF alt A Campanha da Fraternidade de 2012 que tem como tema: “Fraternidade e Saúde Pública e lema:” “Que a saúde se difunda sobre a terra”. Por isso dentro do Projeto Nacional de Evangelização – O Brasil na Missão Continental – na página 42 – refletindo sobre o terceiro domingo da quaresma nos diz: “A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública brasileiro. Hoje, 18% da população adulta consomem álcool em excesso. O uso do álcool, além de causar sérios e irreversíveis danos a vários órgãos do corpo, está também relacionado a cerca de 60% dos acidentes de trânsito e a 70% das mortes violentas. Segundo o Documento de Aparecida, o problema da droga é como mancha de óleo que invade tudo. Não reconhece fronteiras, nem geográficas, nem humanas. Ataca igualmente países ricos e pobres, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres. A Igreja não pode permanecer indiferente diante desse flagelo que está destruindo a humanidade, especialmente as novas gerações”.


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A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública

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A Campanha da Fraternidade de 2012 que tem como tema: “Fraternidade e Saúde Pública e lema:” “Que a saúde se difunda sobre a terra”. Por isso dentro do Projeto Nacional de Evangelização – O Brasil na Missão Continental – na página 42 – refletindo sobre o terceiro domingo da quaresma nos diz:

“A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública brasileiro. Hoje, 18% da população adulta consomem álcool em excesso. O uso do álcool, além de causar sérios e irreversíveis danos a vários órgãos do corpo, está também relacionado a cerca de 60% dos acidentes de trânsito e a 70% das mortes violentas. Segundo o Documento de Aparecida, o problema da droga é como mancha de óleo que invade tudo. Não reconhece fronteiras, nem geográficas, nem humanas. Ataca igualmente países ricos e pobres, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres. A Igreja não pode permanecer indiferente diante desse flagelo que está destruindo a humanidade, especialmente as novas gerações”.

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 alt                                            A Campanha da Fraternidade de 2012 que tem como tema: “Fraternidade e Saúde Pública e lema:” “Que a saúde se difunda sobre a terra”. Por isso dentro do Projeto Nacional de Evangelização – O Brasil na Missão Continental – na página 33 – refletindo sobre o segundo domingo da quaresma nos diz:
No Contexto da CF 2012, como não nos lembrarmos das doenças geradas pela dependência química. “O Brasil é o segundo maior mercado de cocaína das Américas, com cerca de 870 mil usuários adultos (...) 2,6% da população (dados de 2005) consomem maconha e haxixe. Segundo o Ministério da Saúde, o crack poderá tirar a vida de, pelo menos, 25 mil jovens por ano no Brasil. A média de idade do início do uso é de 13 anos. Ultimamente, há noticias que indicam a rápida difusão de uma nova devastadora droga, o oxi, uma droga mais barata e de consequências ainda mais danosas para os usuários que o temível crack” (Texto Base da CF 2012, nn.87-89).

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dependência de ansiolíticos e de hipnóticos



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Dependência de ansiolíticos e de hipnóticos


Os medicamentos que se prescrevem para tratar a ansiedade e como indutores do sono podem causar dependência tanto física como psicológica. Tais medicamentos incluem benzodiazepinas, barbitúricos, glutetimida, hidrato de cloral e meprobamato. Cada um funciona de um modo diferente e tem um potencial diverso de dependência e tolerância. O meprobamato, a glutetimida, o hidrato de cloral e os barbitúricos são prescritos com menos frequência do que no passado, principalmente porque as benzodiazepinas são mais seguras.
Geralmente, as pessoas dependentes destes medicamentos começaram a tomá-los por razões médicas. Algumas vezes, o médico pode prescrever doses altas durante períodos longos para tratar um problema grave, o que pode provocar dependência. Noutras ocasiões, as pessoas podem utilizar mais medicação do que a que foi prescrita. Em qualquer caso, a dependência pode desenvolver-se ao fim de duas semanas de uso continuado.
Sintomas
A dependência dos hipnóticos e dos ansiolíticos diminui o estado de alerta e determina uma expressão balbuciante, má coordenação, confusão e respiração lenta. Estes medicamentos podem fazer com que uma pessoa esteja alternadamente deprimida e ansiosa. Algumas pessoas experimentam perda de memória, tomada de decisões erradas, momentos de perda de atenção e alterações brutais do estado emocional. As pessoas de idade avançada podem parecer dementes, podem falar devagar e ter dificuldade em pensar e em compreender os outros. Podem ocorrer quedas que motivam fracturas ósseas, especialmente da anca.
Estes medicamentos provocam sonolência e tendem a encurtar a fase de sono com movimentos rápidos dos olhos (REM), que é aquela em que se sonha. (Ver secção 6, capítulo 64) A interferência com o sono pode tornar uma pessoa mais irritável no dia seguinte. Os padrões de sono podem ficar gravemente alterados nas pessoas que interrompem o medicamento depois de ter desenvolvido quer dependência quer tolerância. A pessoa pode ter então mais fase REM, sonhar mais e acordar mais frequentemente do que o normal. Este tipo de reacção de ricochete varia de pessoa para pessoa, mas em geral é mais grave e ocorre com maior frequência naqueles que consomem altas doses do medicamento e durante períodos mais longos antes da interrupção.
A abstinência aguda de qualquer destes medicamentos pode produzir uma reacção grave, aterrorizante e potencialmente mortal, de um tipo parecido com a da abstinência alcoólica (delirium tremens). (Ver secção 7, capítulo 92) As reacções de abstinência graves são mais frequentes depois do uso de barbitúricos ou de glutetimida do que após as benzodiazepinas. A pessoa é hospitalizada durante o processo de abstinência devido à possibilidade de uma reacção grave.
Tratamento
Interromper uma reacção de abstinência grave é difícil, embora o tratamento possa aliviá-la. Durante as primeiras 12 a 20 horas, a pessoa pode estar nervosa, inquieta e enfraquecida. Podem tremer-lhe as mãos e as pernas. No segundo dia, os tremores podem ser mais intensos e a pessoa sente-se ainda mais débil. Durante o segundo e terceiro dias, a maioria das pessoas que estava a tomar doses diárias que eram oito ou mais vezes a prescrição habitual de barbitúricos ou de glutetimida sofre convulsões graves que podem mesmo ser mortais. Ocasionalmente, pode ocorrer um ataque convulsivo de uma a três semanas depois do início da abstinência. Outros efeitos que a abstinência pode ocasionar são: desidratação, delírio, insónia, confusão e alucinações visuais e auditivas. Mesmo aplicando o melhor tratamento, uma pessoa pode demorar um mês ou mais a sentir-se normal.
A abstinência de barbitúricos é geralmente pior do que a benzodiazepina, embora ambas possam ser muito difíceis de tratar. A duração das reacções devidas à abstinência varia de um medicamento para outro. Frequentemente, os médicos tratam a abstinência voltando a administrar o medicamento causador numa dose inferior e diminuindo-a progressivamente ao longo de dias ou semanas.




Classificação dos medicamentos com receita médica segundo o seu potencial de abuso
Os medicamentos com receita médica que podem causar dependência estão sujeitos a restrições. Nos Estados Unidos, por exemplo, estes medicamentos são regulados pela Acta de Controlo de Substâncias, que atribui uma ordenação ou um número de classe que determina como devem ser prescritos. As substâncias de primeira ordem consideram-se como de um grande potencial de abuso, não têm aplicações médicas aceites e não têm uma mardem de segurança aceitável. As de segunda ordem têm um alto potencial de abuso, mas têm algumas aplicações médicas apropriadas. Os medicamentos de terceira ordem têm um menor potencial de abuso; os de quarta e de quinta ordem são os que menos potencial de abuso têm.



Remédios mudam tratamento de dependentes químicos




Remédios mudam tratamento de dependentes químicos
Uma nova geração de medicamentos está mudando as perspectivas no tratamento de dependentes químicos nos EUA. Remédios que aliviam o desejo de consumir as drogas e vacinas para a dependência estão sendo testados, alguns até já estão disponíveis no mercado, como complemento aos programas tradicionais de reabilitação.

Na semana passada, a agência americana de alimentos e medicamentos - o FDA- aprovou o acamprosato, um medicamento para bloquear a dependência do álcool. Em geral, esses remédios atuam nos receptores opióides cerebrais, diminuindo a fissura pela droga, um dos componentes da dependência química.

Este é o primeiro remédio aprovado pelo FDA para tratamento do abuso de álcool por uma década. Ele é usado para manter as pessoas abstinentes após terem parado de beber. O acamprosato pode não funcionar em pacientes que continuam bebendo ou em pacientes que abusam de outras drogas além do álcool.

Já as vacinas estimulam a produção de anticorpos, cuja molécula é maior que a da droga, o que acaba por impedir que a molécula da droga ultrapasse a barreira hematoencefálica, ou seja, impede que a droga chegue ao cérebro, explica o psiquiatra Sergio Seibel, 59, presidente do Comitê Multidisciplinar de Estudos em Dependência do Álcool e outras Drogas, da Associação Paulista de Medicina. Assim, o usuário deixa gradativamente de sentir o efeito proporcionado pela substância.

A vacina contra a cocaína é a promessa que está mais perto de ser realizada. Em fase experimental em universidades americanas, a vacina deve chegar ao mercado nos próximos anos. Vacinas contra a heroína, a nicotina e o ecstasy são bem mais incipientes, estão ainda em fase de estudos farmacológicos.

A nova geração de medicamentos não só dá esperança aos pacientes e a seus familiares como é uma mudança na visão sobre a dependência química. Para especialistas, os novos tratamentos possibilitarão que o problema seja visto -e tratado- como qualquer outra doença crônica.
Nos EUA, a utilização da buprenorfina tem tirado os pacientes das clínicas de reabilitação e levado os dependentes químicos da heroína para os consultórios médicos, diminuindo o estigma que paira sobre estes. A substância é uma alternativa à metadona, usada no tratamento para a dependência de opiáceos desde os anos 60.

Dos cerca de 10 milhões de americanos dependentes químicos, entre 180 mil e 200 mil são tratados com metadona. Só em Nova York são 36 mil pessoas. No ano passado, médicos norte-americanos prescreveram 80 mil receitas para a buprenorfina.
No Brasil o uso da heroína é bastante pequeno para a produção de dados. As substâncias que mais causam dependência entre os brasileiros são o álcool e o tabaco.
Apesar de as perspectivas serem positivas, ainda é necessário muito trabalho e persistência por parte dos envolvidos. Os remédios, mesmo eficientes, são um suporte médico e devem fazer parte de uma "atitude". "Não se pode olhar a dependência apenas com um critério biológico", diz o psiquiatra, que ressalta a importância da psicoterapia e outras terapias mistas no processo.

Autor: xxx
Fonte: Folha de S.Paulo