Dia da (in)Dependência
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Os brasileiros comemoram no dia 7 de Setembro a festa
cívica do Dia da Independência. Segundo nosso mito histórico, foi nessa
data que o então Imperador D Pedro I, às margens do rio Ipiranga, em São
Paulo, proclamou a independência do Brasil.
Eu me lembro da época em que eu estava no colégio, quando meus professores insinuavam que tal cena nunca existiu. O que houve foi um movimento da oligarquia local, farta de ser controlada pela aristocracia portuguesa, farta de ter que dividir a sangria que ainda se faz no povo brasileiro.
Eu me lembro da sensação de que apenas trocamos os colonizadores, pois a "independência" do Brasil foi possível graças à "ajuda" da Inglaterra, que nos cedeu armas em troca de "facilidades comerciais".
A independência do Brasil foi um ato militar, um golpe de Estado, assim como foi a desastrosa implantação da República e o inevitável desenlace que resultou na Ditadura [a de 45 e a de 60].
O Brasil só descobriu as vias democráticas quando a própria burguesia urbana e rural, que sustentou e apoiou essa política militaresca, começou a se sentir sufocada. A elite do sistema precisava de mais liberdades, especialmente nos campos financeiro e econômico, para aumentar seu ganho, seu lucro. Apostaram na falta de consciência e organização política notória dos brasileiros, apostaram no conservadorismo e no comodismo típicos dos cidadãos. Em troca de alguns direitos constitucionais que a maioria ignora, o sistema seria mantido e o lucro garantido.
Assim nos foi vendida a idéia das eleições representativas, em todos os níveis, com uma pluralidade de candidatos e partidos, que não resolvem nossos problemas crônicos e em nada acrescentam. A propaganda eleitoral não informa nem orienta, é simplesmente propaganda do pior nível.
A candidata do PV, Marina Silva, havia feito um pedido, que soou como uma denúncia tardia, para que o pleito não se transformasse em vale-tudo. Tarde demais.
Desde que eu me conheço por gente, desde que engolimos a farsa do sistema eleitoral como a única via de manifestação política pública, a cada eleição, além dos candidatos exóticos, o que eu tenho visto é o mesmo jogo sujo, a mesma politicagem, a mesma dança de dossiês, divulgações espúrias, acusações caluniosas, ameaças, extorsões.
Como brasileiro, como cidadão, como pagão, eu fico preocupado em ver como os principais candidatos paqueram com a Igreja e com os Evangélicos. Mais preocupante ainda é ver alguns candidatos aos cargos legislativos defendendo os mesmos valores do fundamentalismo cristão. A situação está tão ruim que tem aparecido muitos oportunistas e gente sem noção, dentre as candidaturas exóticas e o cidadão não protesta contra esse desrespeito.
Nós ainda buscamos pelos salvadores da pátria nos candidatos, nos omitindo e negligenciando a nossa consciência e participação política, não apenas nos anos eleitorais, mas em todos os anos, o ano inteiro, a cada dia. Enquanto não tivermos tal consciência/participação política e aceitarmos as nossas responsabilidades, o Dia da Independência e o Desfile de Sete de Setembro continuarão sendo simplesmente mais uma data e mais uma comemoração cívica de um mito histórico de um gigante que continua dormindo em berço esplêndido.
Eu me lembro da época em que eu estava no colégio, quando meus professores insinuavam que tal cena nunca existiu. O que houve foi um movimento da oligarquia local, farta de ser controlada pela aristocracia portuguesa, farta de ter que dividir a sangria que ainda se faz no povo brasileiro.
Eu me lembro da sensação de que apenas trocamos os colonizadores, pois a "independência" do Brasil foi possível graças à "ajuda" da Inglaterra, que nos cedeu armas em troca de "facilidades comerciais".
A independência do Brasil foi um ato militar, um golpe de Estado, assim como foi a desastrosa implantação da República e o inevitável desenlace que resultou na Ditadura [a de 45 e a de 60].
O Brasil só descobriu as vias democráticas quando a própria burguesia urbana e rural, que sustentou e apoiou essa política militaresca, começou a se sentir sufocada. A elite do sistema precisava de mais liberdades, especialmente nos campos financeiro e econômico, para aumentar seu ganho, seu lucro. Apostaram na falta de consciência e organização política notória dos brasileiros, apostaram no conservadorismo e no comodismo típicos dos cidadãos. Em troca de alguns direitos constitucionais que a maioria ignora, o sistema seria mantido e o lucro garantido.
Assim nos foi vendida a idéia das eleições representativas, em todos os níveis, com uma pluralidade de candidatos e partidos, que não resolvem nossos problemas crônicos e em nada acrescentam. A propaganda eleitoral não informa nem orienta, é simplesmente propaganda do pior nível.
A candidata do PV, Marina Silva, havia feito um pedido, que soou como uma denúncia tardia, para que o pleito não se transformasse em vale-tudo. Tarde demais.
Desde que eu me conheço por gente, desde que engolimos a farsa do sistema eleitoral como a única via de manifestação política pública, a cada eleição, além dos candidatos exóticos, o que eu tenho visto é o mesmo jogo sujo, a mesma politicagem, a mesma dança de dossiês, divulgações espúrias, acusações caluniosas, ameaças, extorsões.
Como brasileiro, como cidadão, como pagão, eu fico preocupado em ver como os principais candidatos paqueram com a Igreja e com os Evangélicos. Mais preocupante ainda é ver alguns candidatos aos cargos legislativos defendendo os mesmos valores do fundamentalismo cristão. A situação está tão ruim que tem aparecido muitos oportunistas e gente sem noção, dentre as candidaturas exóticas e o cidadão não protesta contra esse desrespeito.
Nós ainda buscamos pelos salvadores da pátria nos candidatos, nos omitindo e negligenciando a nossa consciência e participação política, não apenas nos anos eleitorais, mas em todos os anos, o ano inteiro, a cada dia. Enquanto não tivermos tal consciência/participação política e aceitarmos as nossas responsabilidades, o Dia da Independência e o Desfile de Sete de Setembro continuarão sendo simplesmente mais uma data e mais uma comemoração cívica de um mito histórico de um gigante que continua dormindo em berço esplêndido.
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