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domingo, 30 de dezembro de 2012


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Imprensa
Drogas na infância e adolescência é tema de curso de Jorge Jaber na UERJ
Ass. de Imprensa Patricia Terra, 24/11/2010
O crack hoje causa o mais sério fenômeno patológico entre crianças e adolescentes no estado do Rio: 10% dos usuários da droga morrem no primeiro ano de consumo. Não se conhece nenhuma doença que cause tanta morte em tão pouco tempo, afirma o especialista em dependência química Jorge Jaber, que dá curso sobre dependência química entre crianças e adolescentes nestas quarta e quinta, na XV Semana da Educação: Memórias, Pesquisas e Práticas Pedagógicas: 60 anos da Edu-UERJ. O curso é voltado para educadores que fazem graduação e pós-graduação e servem como multiplicadores junto aos professores das redes pública e privada, na importante tarefa de sinalizar diagnósticos de saúde mental entre os estudantes. Ainda segundo o psiquiatra, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria - Comunidade, o aumento no consumo de álcool na população juvenil tem impacto direto no desenvolvimento e capacidade de aprendizado. E abuso sexual, déficit de atenção, ansiedade, bulimia e anorexia na infância e na adolescência estão diretamente ligadas ao uso de álcool e drogas pelos adultos.

SEGUE UMA PRÉVIA DO CURSO DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA, MINISTRADO PELO DR JORGE JABER:


SINTOMAS E DOENÇAS MENTAIS QUE AFETAM ADOLESCENTES

DEFICIT DE ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE

A criança e o adolescente com esta doença tem:

Sérias dificuldades em manter a atenção e a concentração;
Hiperatividade;
Comportamento impulsivo .

Mesmo na presença de boa vontade o jovem pode:

Ser incapaz de ouvir bem;
Organizar o trabalho;
Seguir orientação ou ordens;
Dificuldade em cooperar em jogos ou esportes;
Agem antes de pensar;
Frequentemente não se aquietam , movimentando-se incessamente, são incapazes de se manterem sentados.


DIFICULDADE DE APRENDIZADO

Ocorre quando a habilidade de escrita, cálculo ou leitura da criança está substancialmente abaixo do nível de inteligência ou escolaridade esperada para a idade.

DISTÚRBIO DE CONDUTA

É caracterizada por um padrão de comportamento repetitivo e persistente no qual o adolescente viola regras e normas apropriadas a sua idade frequentemente desrespeitando o direito de outros.

FREQUENTEMENTE O DISTURBIO DE CONDUTA É ACOMPANHADO DE:

Dificuldade escolar e familiar;
Sexualidade precoce;
Baixa auto estima apesar de exibir uma imagem “casca grossa”;
Cursa frequentemente com outras patologias psiquiátricas (Deficit da Atenção, depressão, abuso de álcool e drogas).


ABUSO FÍSICO (MAL TRATO, ESPANCAMENTO)

Abuso físico ocorre quando uma pessoa responsável pelo bem estar de uma criança ou adolescente lhe cause, ao contrário, dano ou injúria.

As crianças e adolescentes que sofrem tais abusos podem vir a desenvolver ansiedade, depressão, baixa estima, inabilidade em construir relacionamento de confiança, abuso de álcool e drogas, dificuldade de aprendizado e desordem de conduta.

DESORDEM DE ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICA (DEPT)

DEPT pode ocorrer quando o adolescente passa por uma experiência inesperadamente chocante, que ultrapasse o nível de ocorrência humana usual.

O evento traumático pode ser vivido diretamente pelo jovem. (Ex: Abuso físico ou sexual, agressão, estupro, rapto, ameaça de morte), por observação (testemunho de trauma causado a outra pessoa) ou por saber de trauma afetando parente próximo ou amigo.


SINTOMAS

Lembranças decorrentes, intrusivas e estressantes do evento;
Sonhos recorrentes e estressantes da ocorrência;
Sentimentos e atos como se o evento estivesse acontecendo de novo;
Estresse psicológico intenso quando há exposição às lembranças do evento traumático consequentemente levando o jovem a evitar tais estímulos;
Sentimentos de estranheza em relação aos outros, queda no interesse nas atidades significativas e afastamento;
Sintomas persistentes de surgimento crescente (irritabilidade, distúrbios de sono, baixa na concentração, hipervigilância e ansiedade).


ABUSO SEXUAL

Ocorre quando o adolescente é usado para proporcionar gratificação de necessidade ou desejos sexuais de adultos. Se severidade do abuso pode frequentemente atingir o estupro.

Geralmente determina o aparecimento de depressão, ansiedade, DEPT, sentimentos de incredibilidade e desperanças, dificuldade no aprendizado e comportamento destrutivo.

BULIMIA NERVOSA

Ocorre quando o adolescente apresenta repetidos episódios de ingesta alimentar em grandes quantidades durante pequeno período de tempo. É acompanhada de sentimento de incapacidade de parar de comer e perda de controle sobre a quantidade da comida ingerida. Comumente após comer eles produzem vômitos auto induzidos, tomam laxantes, diuréticos, remédios, enemas ou iniciam atividades físicas rápida e excessiva, sempe tentando presenir consequente ganho de peso.

ANOREXIA NERVOSA

Ocorre quando um adolescente evita que a manutenção de seu peso corporal se situe acima do peso mínimo normal à sua idade e tamanho. A perda de peso é usualmente auto imposta, determinando frequentemente atenção médica cuidadosa.

SINTOMAS FÍSICOS ASSOCIADOS À ANOREXIA NERVOSA:

Ausência do ciclo menstrual regular;
Pele seca;
Baixa frequencia cardíaca;
Irritabilidade;
Humor flutuante;
Depressão.

A falta de tratamento pode levar a cronificação da desordem podendo determinar evolução letal.

DESORDEM OBSESSIVO-COMPULSIVA

Os adolescentes que DOC tem obsessão e/ou compulsões.

A obsessão se refere a pensamentos recorrentes e persistentes, impulsivos, assim como a imagens que são intrusivas causando estrese e ansiedade. Compulsões se referem a comportamentos rituais repetitivos (ex: lavar as mãos, organizando, checando) ou atos mentais (contando, repetindo palavras silenciosamente).

ANSIEDADE

Ansiedade é a antecipação amedrontada de problemas ou perigos distantes, acompanhada por um sentimento de desconforto intenso (disforia) e/ou sintomas físicos. Não é, absolutamente, incomum em crianças e adolescentes e pode estar presente nas formas:

1) DESORDEM ANSIOSA DE SEPARAÇÃO

ANSIEDADE EXCESSIVA RELATIVA A SEPARAÇÃO DO LAR OU DE PESSOAS A QUEM O JOVEM É LIGADO


2) DESORDEM GENERALIZADA DE ANSIEDADE

ANSIEDADE E PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA ENVOLVENDO EVENTOS E ATIVIDADES COMO AS ESCOLARES. PODE OCORRER AINDA, CANSAÇO, FADIGA, DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO, IRRITABILIDADE, TENSÃO MUSCULAR E ALTERAÇÃO DO SONO.

3) DESORDEM DE PÂNICO

É a presença de inesperados e recorrentes ataques de pânico agravados pela própria preocupação em tê-los. O ataque de pânico é definido pela repentina ocorrência de apreensão interna, medo ou terror. Pode estar acompanhado de palpitação, aumento da frequência respiratória, encurtamento da respiração, desconforto ou dor toráxica, sensação de choque, medo de “ficar louco” ou de perder o controle.

4) FOBIAS

Persistente e irracional medo de atividades e objetos específicos ou situações (andar de avião, alturas, animais, injeções e sangue).


DOENÇA BIPOLAR (MANÍACO DEPRESSIVO)

É uma desordem do humor caracterizada por mudanças deste humor: variando da elação extrema a depressão severa. Os períodos de elação são definidos como mania.

Alguns adolescentes em fase maníaca podem desenvolver sintomas psicóticos (delírios e alucinações). A doença bipolar geralmente ocorre antes da idade de 30 anos, frequentemente inciando-se na adolescência.

DEPRESSÃO

Ainda que o termo depressão descreva uma emoção humana normal, pode também estar se referindoa uma desordem psiquiátrica.

Além dos sentimentos de tristeza e/ou irritabilidade observa-se ainda:

Mudanças do apetite podendo ocorrer aumento ou perda de peso;

Mudança no padrão do sono: dificuldade em “pegar no sono”, acordar no meio da noite, acordar muito cedo ou dormir demais;

Perda de interesse em atividades usuais;

Perda de energia, fadiga, “ficar por baixo;

Sentimento de culpa e auto acusação por fatos que não são de responsabilidade de ninguém;

Inabilidade de concentração e indecisão;

Sentimentos de incapacidade de ser ajudado e desperança;

Pensamentos recorrentes de morte e suicídio, desejando morrer ou tentando suicídio.

ATENÇÃO: Tem havido um aumento de incidência de depressão em filhos de portadores de doença depressiva.


SUICÍDIO

É a terceira causa de morte (atrás de acidentes e homicídios) entre os adolescentes.
Os sinais de alarme e fatores de riscos associados incluem:

Depressão
Tentativa anterior de suicídio
Perdas recentes
Pensamentos sobre morte
Uso de ÁLCOOL E DROGAS.

PSICOSE

Distúrbios psicóticos incluem diversas alterações mentais graves caracterizados por prejuízos seríssimos que impedem uma pessoa de manter a capacidade de pensar claramente, responder emocionalmente, comunicar-se efetivamente, entender a realidade e comportar-se apropriadamente.

Sintomas psicóticos podem ser observados em adolescentes acometidos por várias doenças mentais graves, tais como depressão, distúrbio bipolar, esquizofrenia e em alguns ocorrência de ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS

DELÍRIO

Baseia-se numa opinião ou crença, pouco usual, falsa ou excêntrica firmemente sustentada pelo indivíduo que não aceita como real pelos outros membros do mesmo grupo cultural.

Existem delírios de Paranóia (outros estão tramando contra ele), Grandiosidade (idéias exageradas sobre sua identidade e importância.

Delírios corporais: uma pessoa saudável acredita ter uma doença grave.

Alucinação: Na ausência de estímulo específico há a ocorrência de percepção sensitiva (visão, audição, olfato e paladar)


ESQUIZOFRENIA

É um distúrbio psicótico caracterizado por ocorrência no indivíduo de severos problemas com o pensamento, sentimentos, comportamento e uso da linguagem. Freqüentemente ocorrem delírios e alucinações. Esses delírios na esquizofrenia são no mais comum das vezes persecutórios e paranóides.

As alucinações são mais freqüentemente auditivas e podem incluir escuta de vozes, que geralmente se manifestam na 3ª pessoa, ou mais de uma voz comentando os pensamentos e ações do paciente.

SINDROME DE TOURETTE

É caracterizada pela presença de múltiplos tiques motores e no mínimo um tique vocal.
O tique é um movimento súbito e rápido de alguns músculos do corpo do jovem, que ocorrem repetidas vezes sem nenhum objetivo ou propósito.
A localização, freqüência e complexidade dos tiques mudam o tempo, que podem resultar em movimentos simples como piscar de olhos até movimentos mais complexos como esbarrar e agachar. Os tiques locais incluem grunhidos, latidos, fungados, bufadas, tosses e obscenidades.
Jovens com Sindrome de Tourette geralmente apresentam comportamento obsessivo, compulsivo, temperativo e impulsivo.


TRANSTORNO DE COMPORTAMENTO EM ADOLESCENTES DECORRENTES DE USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

1) ADULTO MINIATURA

A cultura em geral, os pais e a educação, e por que não dizer, muitos de nossos profissionais, possuem a tendência de uma visão que irá associar ou mesmo definir os adolescentes como a miniatura de um adulto, ou “adulto miniatura”.

É justamente a visão, que gostaríamos de questionar, Não seria muito reducionista reconhecer o adolescente apenas como uma “miniatura” ?

2) PENSAMENTO OPERACIONAL FORMAL

Talvez uma das mais importantes diferenças, seja o fato de que na adolescência começa a se dar o desenvolvimento do Pensamento Operacional Formal, ou seja, um estágio do desenvolvimento do pensamento, responsável por suas operações mais formais ou complexas, que não ocorriam ainda nos primeiros anos de vida, e que será de fundamental importância na vida adulta e para suas conexões e adaptações à vida prática e à realidade.


3) INCOMPREENSÃO DE CONCEITOS E ENGAJAMENTO AO TRATAMENTO

Não é nenhuma novidade que a adesão e consequente recuperação de adolescentes costuma ser muitas vezes menor, em comparação com pacientes adultos.

Citamos como exemplo, os grupos de mútua ajuda, Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, que apresentam um número pequeno de adesão de adolescentes comparado ao enorme número de pessoas adultas que vem cada vez mais se afiliando a esses grupos.


4) MODELO E FORMAÇÃO DE IDENTIDADE

Compreendo todo ser humano, jovem ou não, como alguém que se encontra em constante processo de formação ou aperfeiçoamento de características de personalidade e identidade.

A cultura atual é muito baseada em ações e resultados, gratificação imediata, “tudo ou nada” (rico ou pobre, bonito ou feio, bom ou ruim) como abordagem de vida, sucesso acadêmico e etc. Todos os aspectos e ambientes culturais, não são apenas a família, serão utilizados como modelo e como imitação para o desenvolvimento da personalidade, da formação de identidade e da independência, durante o período da adolescência.


5) TERAPIA DE REDE

Consideramos indispensável para maior eficácia do tratamento, o envolvimento de toda a rede de relações na qual o indivíduo se encontra, aqui e agora, escola, família, juizado de menores, etc.

Evidentemente, isto será mais eficaz, ou apenas será eficaz, se toda a rede de relações que está influenciando na formação desse curso patológico específico puder participar ou sofrer alterações.


6) A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

São muitas as críticas em relação a utilização de conceitos e termos diagnósticos como “rótulo” e como redução de algo tão amplo, o ser humano, suas emoções, motivações e comportamentos. Os críticos esquecem, por outro lado, que essas classificações diagnósticas possibilitam um sistema de comunicação mais claro e comum entre os profissionais, além de indicar o curso do transtorno, o melhor prognóstico e a avaliação do melhor tratamento.


7) ATUALIZAÇÃO DOS CONCEITOS DIAGNÓSTICOS

É bem verdade que muitos conceitos permanecem ainda um pouco vagos, principalmente a respeito especificamente sobre os adolescentes, que durante muito tempo, não receberam programas específicos de tratamento e atualização específica de conceitos diagnósticos, sendo tratados apenas como “adultos miniatura” ou como exclusiva conseqüência de uma estruturação familiar inadequada, não levando em consideração suas características particulares e sua rede de relações, como já falamos anteriormente.


8) DSM E CID

Existem duas classificações de diagnósticos as quais precisamos saber. DSM – Manual de Estatísca e Diagnóstico, da Associação Psquiátrica Americana e CID – Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde.

Atualmente DSM IV e CID 10.

Devemos reconhecer uma grande evolução nessa área , na medida em que até os anos 80, praticamente a classificação de utilização de substâncias psicoativas, só levava em consideração as dimensões de quantidade e de freqüência de uso, e os respectivos cruzamentos, entre variações das mesmas.

9) ALGUMAS QUESTÕES SOBRE DIAGNÓSTICO

Podemos afirmar com certa tranqüilidade que, em muitos casos, o beber e usar drogas na adolescência funciona como a manifestação da auto-afirmação, da identidade, da “independência e adultez”, do testar a si e a seus próprios limites, assim como aos limites externos, sem necessariamente se configurar ou evoluir para a Dependência. Além do mais, o Abuso, não garante absolutamente a predisposição para a Dependência.



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Crianças e Adolescentes que convivem com a Dependência Química em suas Famílias

cuida
Este seminário procura trazer informações sobre crianças e adolescentes que acabam sendo a vítima indireta do consumo de álcool e outras drogas, mas que sofre diretamente as conseqüências deste envolvimento, uma vez que não tiveram o livre arbítrio para dizer “sim” ou “não” frente às consequências geradas pela dependência química na família.
Crescer em uma família que possui um dependente químico é sempre um desafio, principalmente quando falamos do contato direto de crianças e adolescentes com o dependente químico. Este desafio pode atuar desenvolvendo competências para lidar com situações estressantes e soluções de problemas, bem como desestruturar o desenvolvimento saudável de uma criança / adolescente.Filhos de dependentes químicos podem desenvolver uma série de dificuldades psicológicas, na saúde, aprendizagem, relacionamentos e dentre estas, a dependência ou o consumo abusivo de substâncias. Também é importante salientar que encontramos filhos de dependentes químicos muito bem integrados e saudáveis.
Neste sentido, filhos de dependentes químicos, não devem ser tratados como doentes, pois nem sempre o são. Trata-se de um olhar para preventivo.
Nossa intenção é dividir com os interessados a experiência de 7 anos de existência do serviço CUIDA (Centro Utilitário de Intervenção e Apoio aos Filhos de Dependentes de Álcool e outras Drogas) no Jardim Ângela, um bairro violento da periferia de São Paulo.

Tratamento_dos_assistidos.pdf
Pefil_TAIS.pdf
Aspecto_Social_na_prevenao_de_atod.pdf
Filhos de DQ necessitam de um olhar especial.pdf
Impacto da DQ na familia.pdf
Santos Martires.pdf
Violencia Domestica_Daniela.pdf